Lixo eletrônico: o que fazer após o término da vida útil dos seus aparelhos?
Conheça o impacto do lixo formado por PCs, celulares e outros no meio ambiente e saiba que medidas podem ser tomadas para prevenir o desperdício. Aprenda ainda como descartar seu eletrônico usado.
Quando falamos em lixo eletrônico, a primeira coisa que vem à mente são aqueles incômodos spams que ocupam espaço na caixa de e-mail, trazendo vírus e corrompendo o seu computador. Porém, não é deste lixo que estamos nos referindo.
Os resíduos eletrônicos, também denominados de e-lixo (e-waste em inglês) são os vilões do momento. Eles nada mais são do que artigos eletrônicos que não podem mais ser reaproveitados, como computadores, celulares, notebook, câmeras digitais, MP3 player, entre outros. São considerados lixos eletrônicos também artigos elétricos de casa, como geladeiras, microondas e o que mais você usar em casa que, descartados, podem poluir o planeta.
Quando você troca seu equipamento eletroeletrônico, saiba que ele poderá prejudicar o meio ambiente. Estes equipamentos são produzidos com substâncias nocivas, e uma vez descartados de forma incorreta em locais pouco apropriados como lixões e perto de lençóis freáticos tornam-se problemas ainda maiores.
Números que impressionam
Para se ter uma ideia, os resíduos eletrônicos já representam 5% de todo o lixo produzido pela humanidade. Isso quer dizer que 50 milhões de toneladas são jogadas fora todos os anos pela população do mundo.
O Brasil produz 2,6Kg de lixo eletrônico por habitante, o equivalente a menos de 1% da produção mundial de resíduos do mundo, porém, a indústria eletrônica continua em expansão. Até 2012 espera-se que o número de computadores existentes no país dobre e chegue a 100 milhões de unidades.
Deste total, 40% se encontram na forma de eletrodomésticos. Aqui no Brasil são fabricados por ano 10 milhões de computadores, e quase nada está sendo reciclado. Apenas de celulares e as baterias que são fabricadas através de componentes tóxicos, são 150 milhões.
Entrarão no mercado anualmente mais 80 milhões de celulares, mas somente 2% serão descartados de forma correta. Os outros 98% serão simplesmente guardados em casa ou despejados no lixo comum, criando ainda mais impacto ambiental.
Rapidez na troca de equipamentos
A vida moderna está cada vez mais veloz, e as novidades que antes demoravam anos para chegar ao Brasil, atualmente podem ser conhecidas em tempo real. Os lançamentos são mundiais e cada vez mais há novos produtos sendo oferecidos no mercado.
O usuário médio de computadores nos Estados Unidos, por exemplo, troca seus equipamentos eletrônicos a cada 18 a 24 meses. Isso quer dizer que o usuário não mantém seu companheiro de escrivaninha por mais de dois anos. E com isso, dá-lhe lixo nas lixeiras.
Além disso, muito dos materiais utilizados no computador devem ser retirados da natureza, iniciando já na extração o impacto sobre o meio ambiente. Isso faz com que cada vez mais seja necessário trabalhar com a reciclagem. Cada computador utiliza materiais diversos que podem ser reciclados.
Componentes do computador
Um computador mediano é feito de elementos básicos, conhecidos de todos, como plásticos e metais, mas também de componentes extremamente danosos à saúde, como chumbo, cádmio, belírio, mercúrio, etc.
O mercúrio, muito utilizado em computadores, monitores e TVs de tela plana, podem causar danos cerebrais e ao fígado. Já o chumbo, o componente mais usado em computadores, além de televisores e celulares pode causar náuseas, perda de coordenação e memória. Em casos mais graves, pode levar ao coma e, consequentemente, à morte.
A lista não para por aí. Até produtos utilizados apenas para a prevenção de incêndios pelo computador, como o BRT, pode causar disfunções hormonais, reprodutivas e nervosas.
A partir do momento em que estes elementos tóxicos são enviados para lixões e contaminam tanto o solo como a água, todos aqueles que se utilizam dessas fontes será contaminado pelos detritos.
Não existe um computador sem produtos nocivos à saúde e somente o processo de retirada dos produtos da natureza já atinge o meio ambiente, seja por causa do transporte, do uso de água para a fabricação de componentes, etc.
Portanto, se a reciclagem prevenir qualquer uma das etapas da fabricação ou a contaminação do solo e da água, já é um ganho para a natureza.
O PC verde
A Apple anunciou em março deste ano uma nova geração de computadores iMac e Mac Mini. Segundo a empresa, as novidades teriam sido desenvolvidas tendo o meio ambiente como foco.
Os computadores “verdes” seguiriam os padrões de baixo consumo e energia, além de matéria-prima sem alguns componentes nocivos à saúde. De acordo com a Apple, estes novos eletrônicos se valem de materiais que podem ser facilmente reciclados.
O Greenpeace, uma ONG que lida com questões ambientais, criou um ranking contendo vários pré-requisitos para as empresas serem consideradas “verdes”, ou seja, empresas que adotam medidas para a preservação do meio ambiente em sua linha de produção venda e reciclagem.
A Apple está em uma posição ruim (de zero a 10, tem a pontuação de 4,8), porém pode melhorar se mantiver como foco produtos que não agridem tanto a natureza. O último colocado é a Nintendo, com uma média de um ponto, e o primeiro colocado é a empresa Nokia, com quase oito pontos.
Convenção de Basiléia
A Convenção de Basiléia (The Basel Convention on the Control of Transboundary Movements of Hazardous Wastes and their Disposal) é um tratado internacional firmado em 1989, com um nome para lá de bonito, que tem como objetivo fiscalizar o tráfico de lixo eletrônico no mundo.
O transporte de lixo é uma preocupação desde os anos 80, quando se teve o grande estouro dos eletroeletrônicos, e o envio para países em desenvolvimento de peças que não podiam mais ser utilizadas alcançou níveis preocupantes (porém nada comparado com o problema atual). Este lixo é enviado principalmente para os países asiáticos, e acaba sendo reciclado por uma mão-de-obra barata e pouco especializado. A Basel Action Network (BAN), uma organização sem fins lucrativos que também fiscaliza o fluxo de lixo tóxico no mundo dispõe em seu website fotografias da cidade com o maior número de estações de reciclagem: em Guiyu, China, em março de 2009, dezembro de 2001 e em Laos, na Nigéria.
A ONG e-Waste também disponibilizam imagens sobre o lixo eletrônico, com fotografias de vários países, inclusive do Brasil. Através dessas imagens é possível observar o tamanho do problema da reciclagem de materiais eletroeletrônicos e como a má disposição dos mesmos pode prejudicar o meio ambiente.
Se quiser saber mais sobre o tratado, o Programa Ambiental das Nações Unidas preparou um relatório (em inglês) com os gráficos e discussão sobre a Convenção de Basiléia.
Onde Reciclar
Mas tudo isso é para dizer que é preciso reciclar os aparelhos eletrônicos que não serão mais utilizados. Existem várias empresas que lidam com a reciclagem destes materiais, ou é possível fazer doações para organizações que trabalham com a inclusão digital.
Para celulares, procure sempre as revendedoras de sua operadora, para que as baterias possam ser devolvidas às empresas fabricantes, sendo despejadas em locais seguros. Para pilhas, procure os locais de coleta seletiva da sua cidade, e não as jogue no lixo comum.
Os eletrodomésticos podem ser doados para pessoas carentes ou locais em que as peças possam ser reutilizadas para arrumar outros aparelhos com defeito. É preciso ter em mente que muitas pessoas podem precisar daquilo que para nós é considerado obsoleto.
Fonte: Beatriz Smaal em 11 de Agosto de 2009
Site: TecMundo www.baixaki.com.br/tecmundo
Nomes: Eric Henrique de Melo
Bruno Santana
Técnico Segurança do Trabalho/ Trabalho de Meio Ambiente
Etec Centro Paula Souza São José do Rio Pardo
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